Rock
A Volta do Vinil
Do ritual da capa ao som único: a redescoberta do vinil reconecta gerações à essência da experiência musical
O fenômeno não é deste ano, pois quem é especialista no assunto crava o ano de 2023 como a volta oficial do disco de vinil ao mercado, mas, por que isso acontece? Qual o motivo do interesse nos velhos bolachões? Bem, o mercado é diverso, temos consumidores de faixas etárias diferentes, e não dá pra afirmar que só os mais antigos é que se interessam pelo produto.
Para os mais “experientes”, como esse que vos escreve, sem dúvida que a memória afetiva é um dos motivos. Falando especificamente do gênero que sou fã, o rock, vivi a época áurea, comprando vinis do Led Zeppelin, Deep Purple, Pink Floyd, Stones, Slade, Genesis…, ficando só por aqui.
Quando comprávamos um vinil, a gente curtia tudo, o som, a capa, os encartes. Era uma experiência tátil, sonora e até olfativa, um verdadeiro ritual.
Certa vez li o depoimento de um astro do rock criticando o hábito das pessoas em só baixar as músicas que a princípio são as que mais lhes interessam, dizendo que é como você ler apenas algumas páginas de um livro sem apreciar a obra toda. Concordo plenamente com ele, pois quando ouvimos um LP por inteiro, sim, gostamos mais de algumas músicas, mas ouvimos as outras não tão interessantes a princípio, e depois acabamos por apreciá-las também.
Para os mais jovens, o apelo do colecionismo é um fator. Ter na prateleira a obra do seu artista favorito é bem legal.
Hoje, quando acessamos a internet em busca de música, o cardápio é farto e fácil. Está tudo à mão, e muitas vezes nem precisamos digitar o nome da banda ou artista corretamente que ela já nos mostra o menu. Na minha época (essa frase é coisa de velho, rs rs) garimpávamos discos raros e muitas vezes não encontrávamos aquela música que de vez em quando tocava no rádio.
O som do vinil tem um “que” diferente, e a purificação do digital nem sempre é bem-vinda, pois tira a originalidade da obra. Só mesmo ouvindo pra entender.
Viva o vinil.
