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Não Confundir Risco Com Volatilidade e a Preferência do Brasileiro Pelos Imóveis

Entenda a diferença entre as oscilações do mercado e o perigo real de perda, e por que o imóvel permanece como o porto seguro do investidor brasileiro

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Uma imagem conceitual dividida que ilustra o contraste entre volatilidade financeira e a segurança dos imóveis. À esquerda, gráficos de linhas frenéticos e voláteis em vermelho e neon, representando o mercado financeiro instável e o risco, desfazendo-se em partículas digitais (aludindo ao "virar pó"). À direita, uma casa de tijolos sólida e iluminada por uma luz dourada e estável, representando o investimento imobiliário, permanecendo intacta e segura. O fundo da esquerda é escuro e tempestuoso; o da direita é calmo e sereno. Estilo 3D realista de alta qualidade. Resolução 820x468.

Definimos volatilidade como a variação de um ativo ao longo do tempo. Identificamos essa característica quando há variações no seu preço, que podem ser mais ou menos frequentes, e havendo alta volatilidade a variação é maior. Outra característica é que volatilidade trata-se de uma medida de curto prazo e que pode flutuar rapidamente.

O risco é mais abrangente, pois abarca diversas variáveis que podem ser potenciais fontes de perdas. O que determina o grau de risco são as características do ativo e quem está por trás de sua administração. Ativos de risco tem várias fontes de perdas, sofrem influência de fatores econômicos internos e externos e podem ser de curto, médio ou longo prazos.

O país passou por diversas crises e planos econômicos. Tivemos os planos Cruzado (1986), Cruzado II (1986), Bresser (1987), Verão (1989), Collor (1990), Collor II (1991) e Real (1994). Em todos houve algum tipo de interferência que afetou os ativos, tais como expurgos de correção monetária, confiscos, tablitas, congelamento de preços, entre outras medidas heterodoxas.

Nossa instabilidade econômica vem de longa data, muito anterior a 1986. Ora em dificuldades com as contas externas, ora com endividamento público crescente, os reflexos sempre afetaram e afetam os investimentos. Talvez seja por isso que a predileção do brasileiro pelo investimento em imóveis sempre foi muito forte.

O recurso depositado pode virar pó, como aconteceu no confisco do plano Collor em 1990, já o imóvel, a menos que haja um terremoto ou seja desapropriado, não desaparece. Pode desvalorizar, pois tem uma certa volatilidade, baixa, mas tem, contudo, permanece lá, intocável.  Quantas não foram as histórias, naquele ano, de pessoas que tinham acabado de vender seu imóvel para aplicar no mercado financeiro, e no dia seguinte o confisco veio?

Por mais que o brasileiro esteja se familiarizando com a educação financeira e com os produtos que o mercado oferece para rentabilizar o seu dinheiro, entendo que, devido à realidade de nosso país, essa predileção pelos imóveis vai perdurar por muito tempo ainda. Uma das opções para investir em imóveis dentro do mercado financeiro são os Fundos Imobiliários, pois o risco e a volatilidade desses ativos são menores, mas, esse assunto ficará para um próximo artigo.

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