Finanças
Faça Cálculos Anuais
De décadas de inflação ao planejamento consciente: desvende como a educação financeira pode transformar seus hábitos e impulsionar seus objetivos
A educação financeira está cada vez mais ganhando força no país. Acostumado a décadas de inflação, o brasileiro, em sua grande maioria, sempre foi imediatista. Ao olharmos para a década de 1980, por exemplo, era comum para o trabalhador receber o salário e comprar tudo o mais depressa possível a fim de evitar os reajustes diários dos produtos. A inflação nessa época chegou a 84% ao mês.
O fenômeno inflacionário desorganiza qualquer economia. Mesmo com o jeitinho brasileiro da correção monetária, era muito complicado saber o preço relativo das coisas. Com o controle da inflação o ambiente começou a mudar, pois o planejamento das finanças é cada vez mais difundido, sendo alvo até de grade curricular nas escolas.
Os conselhos dos educadores financeiros começam pelo entendimento da real situação financeira das pessoas. Planilhas ou aplicativos para registrar os gastos são as primeiras recomendações.
Definir metas, gastar menos do que se ganha, aplicar o que sobra no mês, ter reservas de emergência, conhecer os diferentes tipos de investimentos de acordo com o seu perfil e momento de vida, usar o crédito com responsabilidade, são algumas das dicas imprescindíveis para uma boa saúde financeira.
Uma dica, que eu particularmente acho muito interessante, é “efetuar o cálculo anual” de um determinado gasto. Ao fazer isso você acaba tendo a real magnitude do estrago que pequenas despesas podem fazer no seu orçamento.
Vamos supor que você gaste diariamente R$ 20,00 para estacionar seu carro no trabalho. Em 22 dias úteis serão R$ 440,00 e em um ano R$ 5.280,00, valor suficiente para comprar aquele notebook que há tempos você deseja.
Aquela assinatura de streaming, entre tantas que você já tem e que quase nem utiliza, custa “apenas” R$ 32,00 por mês, mas em um ano serão R$ 384,00, o que dá para comprar 40 cotas de vários fundos imobiliários que custam menos de R$ 10,00 e receber dividendos mensalmente.
Os exemplos são muitos, e veja que quando anualizamos os valores percebemos o quanto estamos desperdiçando. Não se trata de deixar de viver bem, se trata apenas de cortar aquilo que não é necessário e que não fará tanta diferença assim na sua vida, mas fará muita para o seu bolso.
