Rock
A Turne de Despedida do Uriah Heep No Brasil e a Meia Entrada
Uriah Heep emociona em show de despedida, mas meia-entrada revela falhas de regulamentações

Dia 11 de abril de 2025, fui ao show de despedida aos 56 anos do Uriah Heep, no Tokio Marine Hall. Fã de Rock como sou, não poderia perder essa. Eu e meu amigo de estrada, o João Eduardo, ficamos bem próximos ao palco para curtir a performance dos músicos.
Em uma hora e meia de show apresentaram 14 músicas, entre elas a conhecida “The Magician’s Birthday” (1972). Tivemos também “Look at Yourself” (1971), “Demons and Wizards” (1972) e “Chaos & Colour” (2023), entre outras.
Formada em 1969, com um estilo que mistura hard rock, heavy metal e rock progressivo, a banda vendeu mais de 40 milhões de álbuns, porém, na minha visão, não tiveram o reconhecimento compatível, ou melhor, na mesma magnitude de outras bandas.
Para os fãs uma boa notícia: em nota oficial, e também no palco, os músicos afirmam que o grupo inglês não vai acabar, mas seguir com apresentações esporádicas e presença em festivais, mas sem viagens longas. Sabe como é, a idade chega para todos.
Com 65 anos aproveitei as “benesses” da minha idade e paguei meia entrada. Querem saber se gostei? Sim, do show e da meia entrada, cabe aqui uma reflexão: por que os eventos culturais estão cada vez mais caros no país? As respostas são várias; custos elevados com logística, infraestrutura, entre outras, mas, sem dúvida, a meia entrada também é um fator de encarecimento dos ingressos.

A máxima “não existe almoço grátis” se aplica bem a essa situação, pois quem paga a entrada inteira acaba por custear aqueles que pagam meia. Há estudos que indicam um inchaço no valor dos ingressos com valor integral para repassar o desconto concedido na meia entrada. Os estudos apontam ainda que, até a meia entrada não é meia, pois leva também um pouco do repasse, de forma disfarçada.
A criação da lei da meia entrada, sob nº 12933, de 26 de dezembro de 2013, é mais uma prova de que regulamentações criadas pelo governo para “beneficiar” determinados segmentos da sociedade nem sempre alcançam o efeito pretendido, e o livre mercado é sempre melhor do que a interferência do estado nos assuntos econômicos.
Podemos fazer um paralelo com o crédito subsidiado, tema que está abordado na seção economia deste blog.
