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Educação Básica – A Firmeza de um prédio está em seu alicerce.

Educação básica fraca compromete produtividade e crescimento

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Não há metáfora mais óbvia para entender as dificuldades da educação no Brasil como a de um prédio em construção. Evidentemente, para que a edificação se sustente, há que se ter um alicerce firme, capaz de suportar todo o material que virá a seguir.

O PISA (Programme for International Student Assessment) avalia a cada três anos o desempenho de estudantes de 15 anos nas disciplinas de matemática, leitura e ciências, bem como a capacidade dos estudantes para resolver problemas e, por fim, a capacidade criativa. Atualmente o Brasil ocupa os últimos lugares no ranking do estudo. Somos o 52º lugar em leitura, 65º em matemática e 61º em ciências.

Se nos compararmos às economias que se desenvolveram, tendo como prioridade a educação básica, certamente vamos achar a raiz do problema. A Coreia do Sul, por exemplo, investiu fortemente em educação no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. Centrada na formação básica, grande parte dos investimentos é direcionada para este nível de ensino.

O tempo diário de estudo nas escolas é extenso, e há forte participação dos pais no aprendizado. O currículo escolar é regularmente revisado pelo estado e as escolas são de alta qualidade.

Resumidamente esses são os fatores que fazem com que os estudantes sul coreanos, ao chegar aos níveis mais elevados de aprendizado, estejam preparados para assimilar mais facilmente novos conhecimentos, ou seja, o alicerce do prédio está pronto para receber os novos materiais.

Muitas vezes, nós professores, nos deparamos no ensino superior com alunos que possuem dificuldades em conceitos básicos, e diante disso temos que corrigir determinados pontos de sua formação para que eles consigam acompanhar as disciplinas que ministramos.

O ensino superior é, sem dúvida, muito importante, mas a priorização da base é indiscutível. O Brasil tem aumentado o investimento público em educação. Em 2022 houve o maior aumento na área, crescendo 23% em relação a 2021, mas ainda estamos abaixo da média dos países da OCDE, porém, mais do que o volume de investimento, importante é verificar o direcionamento dos recursos, pois investimos significativamente mais em ensino superior do que no básico.

Todo ramo do conhecimento é importante, mas é preciso que nossos jovens tenham bases matemáticas e de leitura sólidas, para que, a partir daí, decidam o rumo profissional que desejam seguir.

Os efeitos da má formação dos estudantes são sentidos na produtividade dos trabalhadores brasileiros, que comparada a de outros países, é significativamente mais baixa.

Em comparação com os EUA, por exemplo, ela é de 25%, o que um trabalhador em nosso país leva 1 hora para produzir, o americano leva apenas 15 minutos. Em um ranking de produtividade de 2024, com 131 países, o Brasil ficou na 78ª colocação, e a má formação dos trabalhadores, sem dúvida, é um fator que contribui muito para isso.

Baixa produtividade afeta o crescimento econômico, a competitividade das empresas e o nível de renda da população. Precisamos ser pragmáticos no que se refere à educação, e adotar medidas urgentes para melhorar essa situação, sem politicagem, sem ideologias, focando no básico.

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