Política Monetária, Banco Central, Multiplicador Monetário, Bancos Comerciais, Depósito Compulsório

Um dos instrumentos de política monetária do Banco Central do Brasil é a compra ou venda de títulos públicos. Basicamente, quando o BC compra títulos ele injeta dinheiro no mercado, quando os vende, retira.

O valor injetado via compra de títulos tornará os bancos comerciais capazes de multiplicar esses recursos via empréstimos.

Exemplificando, digamos que, com o intuito de implementar uma política expansionista, o BC compre títulos de investidores da ordem de R$ 20 milhões. Imediatamente ao receber os recursos pela venda, esses investidores os depositarão nos bancos privados, e suas contas terão 20 bilhões a mais. Contabilmente os bancos aumentaram seus ativos em R$ 20 milhões, e seus passivos no mesmo valor, já que esse dinheiro pertence aos depositantes.

Bancos nunca tem todo o dinheiro dos depositantes à disposição, pois dificilmente os correntistas irão sacar tudo ao mesmo tempo. Essa é a essência do sistema bancário, que surgiu a partir dos antigos intermediários que guardavam os recursos para devolvê-los no futuro, e nesse espaço de tempo, entre o depósito e a retirada, os emprestavam a tomadores de crédito mediante o recebimento de juros.

Voltando ao nosso exemplo, se a obrigatoriedade de reservas for de 10% dos recursos depositados, os bancos manterão apenas R$ 2 milhões em seu caixa, e poderão emprestar os outros R$ 18 milhões. Os tomadores desses empréstimos os depositarão em outros bancos que por sua vez também manterão 10% do que foi depositado e farão novos empréstimos.

Esse é um exemplo simples para que se possa mostrar o efeito da expansão monetária. Assumimos aqui, para efeitos de simplificação, que os bancos não manterão reservas maiores do que o exigido, no exemplo, de 10%. Também adotamos a premissa de que as pessoas imediatamente depositarão o que tomaram emprestado em suas contas nos bancos.

No caso da obrigatoriedade de 10% para reservas, o máximo que a injeção de recursos multiplicará será 10 vezes, de acordo com o Multiplicador Monetário.

A forma de calcular o multiplicador monetário é:

MM = 1/dc, sendo:

MM = Multiplicador monetário

dc = depósito compulsório

No exemplo temos:

MM = 1 / 0,10 = 10 vezes.

Sendo o multiplicador 10, a expansão monetária máxima do exemplo seria de 10 x R$ 20 milhões = R$ 200 milhões

Resumindo, os recursos originalmente injetados pelo BC poderão, a depender do número de operações, ser multiplicados por duas, três, ou dez vezes no máximo, nesse caso. Tudo vai depender da regra do depósito compulsório para os bancos.