Recolocação Profissional: Atitudes, Técnicas e Posturas

Pesquisas revelam que a perda do emprego é um dos acontecimentos mais duros na vida de uma pessoa, ficando atrás apenas para a perda de um ente querido. É preciso estarmos conscientes de que só obteremos êxito em superar essa situação se adotarmos as atitudes corretas diante dos desafios que ela nos impõe.

Por mais capazes que sejamos, todos que trabalham na iniciativa privada estão sujeitos a passar, por motivos diversos, por essa situação, e é importante a atenção aos sinais para antecipar medidas para enfrenta-la.

Alguns sinais de que seu emprego está em perigo:

• Seu chefe parou de lhe cobrar;
• Os projetos novos sumiram;
• Mudanças na empresa (reestruturações, parcerias, aquisições de outras empresas e fusões podem alterar o quadro de pessoal;
• Alto salário: Se o valor da sua mão de obra está acima do mercado, produza de acordo com o que ganha;
• Sua participação em cursos foi cancelada.

Atitudes que devemos ter depois de uma demissão

Tenha otimismo – A situação que você está passando é passageira. Procure ver o lado bom dessa experiência difícil. É uma oportunidade para pensar em você como pessoa e profissional, analisando as suas boas qualidades e em quais você deve melhorar.

Lembre-se que é em uma situação difícil, e que você verá quão forte e especial é. Ser otimista quando tudo vai bem é fácil.

Tenha sempre palavras de esperança para você mesmo, seus familiares e amigos. Fuja das pessoas pessimistas.

Cuidado com pensamentos depreciativos a seu respeito. O fato de você ter deficiência em alguma área não significa que você não seja bom em outras.

O seu estilo pode não ser o melhor para seu antigo empregador, mas poderá ser ótimo em uma outra empresa.

Atitudes positivas farão do problema uma oportunidade.

Demissão é oportunidade de rever sua carreira e crescer profissionalmente e como pessoa, testando sua capacidade de reação frente a situações adversas.

Recicle-se – Aproveite o tempo, que agora está sobrando, para ler livros, revistas, fazer cursos, acessar a internet enfim, se interessar por tudo o que se refira à sua área de atuação ou não, pois a cultura geral também será importante em uma possível entrevista. Com tanta abundância de informação não há desculpa para manter-se desatualizado.

Seja proativo – O emprego que você tanto almeja não aparecerá como num passe de mágica. Não adianta enviar apenas um currículo para aquela vaga que você achou que era “a sua cara” e ficar em casa esperando um telefonema.

Esqueça a TV e o pijama. Estabeleça uma rotina diária para suas atividades. Procurar emprego dá trabalho. Você deve pensar e agir 24 horas por dia em busca de seu objetivo. Nunca pare por um tempo, começando a procurar emprego no instante em que você foi demitido.

Cobre-se, tenha metas, prazos, e cumpra-os, comemorando cada pequena vitória que você obteve. E tenha disposição para encarar aquele esforço a mais como uma oportunidade. Não esmoreça.

Seja organizado para acompanhar todos os anúncios para os quais você enviou seu currículo. Anote tudo, datas de envio, datas de entrevistas, retornos, etc.

O currículo – A sua peça de marketing

Mesmo com todos os manuais e artigos sobre o assunto, é grande o número de profissionais que não sabem elaborar um currículo atraente aos olhos de um recrutador.

O básico: não perca sua credibilidade entregando um currículo com erros de português, papel inadequado, cópias manchadas, rasuras, tinta fraca, etc.

Evite o excesso de artifícios visuais tais como: tracejados, negritos e demais recursos disponíveis nos processadores de texto. Tenha bom senso.

Seja claro em seus objetivos, pois não dá para se candidatar, por exemplo, a Gerente Financeiro e Desenhista ao mesmo tempo. Novamente você colocará sua credibilidade em jogo. Diga o que você quer.

As informações devem estar dispostas em sequência lógica de modo a lhe promover e empolgar o recrutador.

Relacione os empregos em que você teve uma certa estabilidade. Omita os empregos em que você permaneceu por um período curto de tempo. O que importa são os empregos mais significativos, não aqueles sem importância para seu objetivo atual.

Não coloque data de nascimento nem idade. Muitas vezes a idade que você coloca no currículo pode passar uma imagem ao selecionador que na realidade ele não teria se o entrevistasse.

Use palavras que mostrem que você realizou. Não diga, “nós fizemos”. Quem está sendo selecionado é você.

Um currículo deve mostrar resultados, e sempre que possível, traduzidos em números. Exemplo: durante minha gestão, aumentei as vendas em 10%; reduzi a inadimplência de 15% para 3%. A empresa quer saber o que você pode agregar ao negócio ou se você é a pessoa que vai resolver o problema dela.

Sintetize as informações. Currículos muito extensos cansam o recrutador e o fazem perder o interesse. Duas páginas são suficientes.

Antes de iniciar a elaboração de seu currículo, rascunhe um retrospecto de sua vida profissional, listando realizações, cargos, cursos, seminários e tudo o que for importante. Um currículo não é apenas uma relação de atividades.

Limpeza visual é fundamental, não torne cansativa a leitura do recrutador. Revise tudo antes de enviar, não assine, e atualize as informações sempre que necessário.

Siga essa sequência:

A – Dados pessoais: Nome, endereço completo, telefones e e.mail. Coloque o seu telefone fixo, celular, e se tiver, um telefone para recados. Você não pode correr o risco de ser procurado e não ser encontrado. Se tiver dificuldade em encontra-lo, o recrutador tentará outro candidato.

B – Área ou cargo de interesse;

C – Qualificações (o que você sabe fazer);

D – Experiência profissional (o que você realizou);

E – Empresas e cargos (relacione em ordem decrescente, mencionando o ramo de atividade de cada uma).

F – Formação (os cursos de maior graduação)

G – Cursos (os cursos complementares)

A procura do emprego

Em uma primeira leitura você irá selecionar os anúncios que se encaixam no seu perfil. Porém é muito difícil que todas as qualificações sejam preenchidas por você. Portanto, dê atenção aos outros anúncios mesmo que o seu perfil não se encaixe totalmente. Envie seu currículo também para estas vagas, pois muitas vezes as suas qualidades e qualificações falarão mais alto, e o empregador poderá considerar que uma determinada exigência que você não satisfaça poderá ser corrigida mais tarde com treinamentos e cursos, por exemplo.

Não se atenha apenas às grandes empresas, bons empregos podem também estar nas pequenas e médias, que são grandes empregadoras. Verifique com atenção e você verá que algumas boas vagas passaram despercebidas.

Muitas vezes aquela vaga que você achou é o seu perfil exato, só faltando colocarem o seu nome. Você manda o currículo e nada. Ocorre que a empresa recebe dezenas, centenas de currículos, e o seu poderá estar no fim da fila. Portanto, mande vários currículos para a mesma vaga e as chances de que o selecionador os leia será maior.

Sites de empresas – Muitas empresas tem espaço em seus sites para que futuros colaboradores disponibilizem seus currículos. Não deixe de se cadastrar.

Ninguém saberá que você está procurando um novo emprego se você não disser. Divulgue seu interesse em uma nova colocação para os amigos, antigos chefes e empregadores, para professores e colegas da faculdade, etc., mesmo que não possuam a vaga podem lhe indicar para outras pessoas ou encaminhar seu currículo a elas.

A entrevista

Após todo o esforço você foi chamado. A entrevista é uma das fases mais importantes do processo, pois sem entrevista, não há emprego. Não deixe que toda a boa impressão que você passou no currículo seja desfeita com posturas inadequadas. Dicas:

• Procure saber tudo sobre a empresa, pois isso poderá ser decisivo em uma entrevista.
• Se não tiver, compre uma roupa adequada ao perfil do cargo que você está buscando.
• Chegue cedo e procure colher algumas informações adicionais sobre a empresa.
• Durma cedo, alimente-se adequadamente, não beba e diminua o cigarro.
• Se possível, não marque mais do que uma entrevista por dia.
• Não deixe fichas mal preenchidas;

Após a entrevista, anote tudo o que ocorreu o que foi perguntado e as respostas que você deu, pois no caso de haver uma próxima entrevista, essas informações serão valiosas.

Com relação à postura, algumas dicas são:

• Tenha senso de humor, porém não de forma excessiva.
• Tenha opinião, mas não seja radical em suas ideias.
• Não seja prolixo. Seja claro ao expor suas ideias.
• Seja simpático com todas as pessoas com as quais você tenha contato na empresa, desde o porteiro, a recepcionista, a secretária, etc. Pode não parecer, mas a opinião de um deles pode ser decisiva.
• Não se mostre ansioso nem passivo demais.
• Aparência é fundamental. Vista-se de acordo com o tipo de cargo e empresa.

Algumas perguntas que você pode fazer ao entrevistador:

• Por que a posição está aberta?
• O que chamou atenção no meu currículo?
• Quais os principais produtos da empresa?
• Quantos funcionários trabalham na empresa?
• Quais os seus concorrentes?
• Como é a hierarquia?
• Como são tomadas as decisões?
• Qual minha autonomia nesta função?
• Como as ideias dos colaboradores são recebidas?
• Como são as instalações?

Ouça com atenção, olhando nos olhos do entrevistador e não o interrompa. Poucas pessoas sabem ouvir. Faça as perguntas na hora certa.

Saiba ser simpático na hora certa e firme quando for necessário.

Só fale sobre salário no final da entrevista. Mesmo que o entrevistador tocar neste assunto no início, procure protelar até o momento mais propício, e quando for a hora decisiva leve em consideração não apenas o salário, mas também os benefícios e as perspectivas que você terá na empresa. Às vezes compensa ter um recuo no salário em troca de uma melhora no futuro. O importante é voltar ao mercado.

Fechado o “NEGÓCIO”, envie cartas de agradecimento para as empresas em que você participou de processos seletivos. Isso mantém as portas abertas para uma futura colocação. Boa sorte!